Claude Lanzmann é jornalista e cineasta francês, hoje aos 85 anos, foi editor da revista "Les Temps Modernes", revista cultural e filosófica fundada por Jean-Paul Sartre e Simone de Beavoir em 1945.
O filme Shoah, de 1985 é sua obra mais importante, são nove horas e meia de depoimentos pessoais de ex-oficiais da SS, dos maquinistas poloneses que conduziam os trens da morte e de sobreviventes dos campos de concentração. Segundo Lanzmann, a palavra "holocausto", que significa sacrifício oferecido a um deus, é um termo inapropriado para descrever o extermínio de mais de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra, por essa razão ele usa o termo "shoah", que significa catástrofe em hebraico.
Na época de seu lançamento o filme participou do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro mas nunca entrou em circuito comercial aqui no Brasil. Lanzmann que esteve no Brasil para o festival faz críticas duras ao país, que achou violento e desorganizado. Em entrevista recente à Folha de São Paulo, criticou também o arquiteto Oscar Niemeyer pelo projeto do hotel Nacional, onde se hospedou, disse que Niemeyer é um "criminoso" por ter projetado um arranha céu circular e espera que o país tenha melhorado nesses vinte e cinco anos.
Em junho deste ano será lançado no Brasil, pela editora Companhia das Letras, seu livro de memórias "A Lebre da Patagônia" onde resgata sua luta contra a ocupação nazista, os bastidores do filme shoah e seu envolvimento amoroso com Simone de Beauvoir.
Lanzmann, Beauvoir e Sartre em viagem ao Egito.
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