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ousada
Nosso blog foi criado para falar das belezas naturais de nossa região
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domingo, 6 de setembro de 2009

Mamangua, um fiorde brasileiro



Numa das regiões mais preservadas do litoral sul do Estado do Rio de Janeiro está o Saco do Mamanguá, um santuário ecológico cercado por montanhas, é o único lugar do país que possui a formação geográfica semelhante a de um fiorde. Do ponto mais alto, a 636 metros, se tem uma visão privilegiada do braço de mar que entra pelo continente cercado por montanhas.

No litoral brasileiro, só o Saco do Mamanguá apresenta este tipo de acidente geográfico. Com essas características Mamanguá é considerado um fiorde tropical porque não é de origem glaciária. Os fiordes são depressões geológicas onde o mar avança pelo continente entre grandes montanhas.

O nosso fiorde tem nove quilômetros de extensão. Com duas ilhas... Trinta e três praias... E cinco pequenos parcéis - rochas que se elevam do mar. Cercado de mata atlântica. O Mamanguá pertence a duas unidades de conservação: Área de Proteção Ambiental do Cairuçu e Reserva Ecológica da Juatinga.

Isolamento ameaçado
Apesar da proteção e da dificuldade de acesso, esse santuário ecológico sofre ameaças, principalmente da especulação imobiliária. Ney Pinto França, do Ibama, explica que a ocupação da área não é incomum e acabam sempre na justiça, e demoram alguns anos para uma solução.

"É onde ocorre o primata mono-carvoeiro, que é o maior primata da América do Sul. Então, é muito importante que ele seja preservado. Aliás, a palavra cairuçu significa o maior, o pai dos grandes macacos, ou seja, o maior de todos os macacos. E ele é bastante arisco, só ocorre nas grandes altitudes", explica França.

O Saco do Mamanguá não é uma ilha perdida no oceano, muito pelo contrário, está entre São Paulo e Rio de Janeiro e mesmo assim os moradores vivem isolados, e é justamente isso que mais chama a atenção. Ao se caminhar pela praia do Cruzeiro, uma das mais movimentadas do Mamanguá, se percebe que o progresso avança no mesmo ritmo das canoas dos pescadores. Telefone e luz elétrica nem desembarcaram aqui ainda.

Gente da terra
São cento e quarenta e três famílias vivendo assim. Setecentas pessoas dependem diretamente dos recursos naturais da região para sobreviver. Gente que luta contra novos tempos para manter as tradições e preservar também a cultura caiçara. O exemplo de força dessa resistência vem de uma janela. Dona Osana, de cinquenta e sete anos: "Tenho 17 filhos e 20 netos, gosto daqui de tudo. É tranquilo, na beira da praia, comendo peixinho fresco, siri, os filhos à vontade. A luz faz muita falta, não tem geladeira, televisão, de noite tem que acender vela, lampião a gás, tudo é dificil precisa da luz".

Se depender do Núcleo de Populações Urbanas da Universidade de São Paulo - USP, o futuro dos descendentes de dona Osana será melhor. Desde de 1992, o projeto de Gestão Integrada do Saco do Mamanguá implanta melhoria na qualidade de vida da comunidade caiçara com conservação ambiental. E na prática, eles já impediram a construção de uma marina.

Fonte da vida
O turismo que sustenta também preserva. O Saco do Mamanguá termina onde a vida marinha começa: No manguezal. Neste lugar o motor de barco é proibido, só se chega no barco a remo. A maré baixa expõe as raízes aéreas do mangue. Este tipo de árvore convive bem com a água do mar e ambientes dominados.

matéria retirada da internet
http://eptv.globo.com/emissoras/emissoras_interna.aspx?140534